quarta-feira, 15 de junho de 2011

Dom Sérgio da Rocha é o novo Arcebispo Metropolitano de Brasília


Dom Sérgio da Rocha é o novo arcebispo da arquidiocese de Brasília, no Distrito Federal. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 15, pelo papa Bento XVI.
Dom Sérgio, 51, vem para a capital federal transferido de Teresina (PI), onde chegou como arcebispo coadjutor, em 2007, assumindo a arquidiocese em setembro de 2008. Ele sucede a dom João Braz de Aviz que, em janeiro, foi nomeado prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, em Roma.

Na última assembleia geral da CNBB, no mês passado, em Aparecida (SP), dom Sérgio foi eleito presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé, tornando-se membro do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) e do Conselho Permanente da CNBB. No último quadriênio (2007-2011), foi presidente do Regional do Regional Nordeste 4 da CNBB, que abrange todo o estado do Piauí.

Paulista de Dourada, dom Sérgio nasceu no dia 21 de outubro de 1959. Fez o curso de filosofia no Seminário de São Carlos (SP) e de teologia em Campinas (SP). Ordenado padre no dia 14 de dezembro de 1984, fez mestrado em Teologia Moral na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, e doutorado na Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma.

Nomeado bispo auxiliar de Fortaleza (CE) em 13 de junho de 2001, recebeu a ordenação episcopal no dia 11 de agosto do mesmo ano. Como bispo, foi membro das Comissões da CNBB: para a Doutrina (2002-2007), Mutirão para Superação da Miséria e da Fome (2001-2004), para os Ministérios Ordenados e da Vida Consagrada (2007-2011). Neste mesmo período, foi presidente do Departamento de Vocações e Ministérios do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam). Exerceu, também, várias funções nos Regionais da CNBB Nordeste 1 (Ceará) e Nordeste 4 (Piauí).

sábado, 11 de junho de 2011

Domingo de Pentecostes - Ano A - Homilia



Domingo de Pentecostes – Ano A

Homilia
Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. (At 2,1-4).

Irmãos e irmãs caríssimos, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Hoje, pelo poder que a liturgia têm de tornar presentes diante de nós todos os mistérios da nossa fé, podemos também nós, Igreja do Altíssimo Deus, participar do derramamento do Santo Espírito. Hoje, estamos nós unidos aos santos apóstolos e à Virgem Santíssima na ansiosa espera pela vinda do Paráclito prometido. Alegremo-nos, Igreja fiel ao seu fundador, pois, como aconteceu no cenáculo naquele dia santo, hoje também o Espírito Santo é derramado sobre nós, para tornar-nos suas testemunhas: mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo.” (At 1,8)

Como este mistério de Pentecostes, a Igreja fundada por Cristo nos diversos momentos de sua vida pública, mormente o momento do Sacrifício do Calvário, aqui tornado realmente presente na Santa Missa,  é manifestada e enviada em missão a este mundo: . “ Disse-lhes outra vez: A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós. Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo.  Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos.” (Jo 20,21-23). O Espírito Santo que acompanhou nosso Senhor em todos os momentos de sua vida, desde a encarnação realizada pelo poder do mesmo Espírito: Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, pois não conheço homem? Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus.” (Lc 1,34-35), até a sua ascensão à glória celeste à direita do Pai Onipotente, é hoje derramado sobre nós, pois sendo o Espírito de Cristo, ele é derramado desde a Cabeça que é Cristo a todos os membros de seu corpo místico, isto é, nós que cremos: “ Exaltado pela direita de Deus, havendo recebido do Pai o Espírito Santo prometido, derramou-o como vós vedes e ouvis” (At 2,33), para cumprir o que fora profetizado por Joel: “ Depois disso, acontecerá que derramarei o meu Espírito sobre todo ser vivo: vossos filhos e vossas filhas profetizarão; vossos anciãos terão sonhos, e vossos jovens terão visões.  Naqueles dias, derramarei também o meu Espírito sobre os escravos e as escravas.” (Jl 3,1-2).

As línguas simbolizam o inverso do que aconteceu em Babel (Gn 11,1-9), onde a ambição humana causou a dispersão e a divisão. Deus concede pelo Espírito Santo aos Apóstolos o dom das línguas para que o Evangelho pudesse ser anunciado a toda criatura, de todo povo, raça, língua e nação, reunindo no Cristo os povos dispersos. Hoje, nós batizados no Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade, consubstancial ao Pai e ao Filho e deles procedente, somos enviados para, como testemunhas do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador e Redentor podermos anunciar a todos os que conhecemos este mensagem de alegria: “ Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos para serem apagados os vossos pecados.  Virão, assim, da parte do Senhor os tempos de refrigério, e ele enviará aquele que vos é destinado: Cristo Jesus.  É necessário, porém, que o céu o receba até os tempos da restauração universal, da qual falou Deus outrora pela boca dos seus santos profetas.” (At 3, 19-21).

Se porém, temos hoje algum temor em anunciar que Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.  Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele.(Jo 3,16-17) então podemos contar com a ajuda valiosa do Paráclito, o Espírito de Adoção que nos faz proclamar “Abá Pai”(Gl 4,6); que ora em nós com gemidos inefáveis, ajudando-nos a orar quando não conseguimos fazê-lo (At 8,26) e que nos inspira coragem e a ousadia necessária para anunciar que Jesus Cristo é o Senhor: “ Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer.  Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós.” (Mt 10,19-20)

Assim, meus irmãos caríssimos, acolhamos com alegria o Espírito Santo que vem para tomar posse de seus templos, que são nossos corpos e nossas almas (1Cor 6,19) e hoje demos-lhe boas vindas. Que ele possa adentrar os nossos corações e nossas vidas, derramando sobre nós os seus sete dons (Sabedoria, Entendimento, Conselho, fortaleza, Ciência, Temor de Deus e Piedade) para destruir em nós os frutos da carne: “fornicação, libertinagem, devassidão, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, ciúmes, iras, intrigas, discórdias, facções, invejas, bebedeiras, orgias,  e coisas semelhantes a essas”(Gl 5,16-25) e produzir em nós os seus frutos: “caridade, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, lealdade, mansidão, continência.” (Gl 5,22-23). Que o Espírito Santo que é a alma da Igreja e que a mantém sempre unida em Cristo e a Cristo possa conduzir-nos a uma sincera conversão de vida e a uma busca mais intensa pela santidade.
 
Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Palavra do Pároco - Semana Santa e Páscoa


“Anseio pelo conhecimento de Cristo e do poder da sua Ressurreição, pela participação em seus sofrimentos, tornando-me semelhante a ele na morte.” (Fl 3,10)

Meus irmãos e minhas irmãs, paz!

A Semana Santa é um momento dos mais propícios para se viver este trecho da Sagrada Escritura. Trata-se, no entanto, não de assistir a cada momento como se fosse um simples espectador que presencia a um espetáculo, seja na liturgia celebrada, seja nas encenações e momentos de piedade. O convite é a vivermos intimamente cada momento que a liturgia nos propõe e a deixar que, de fato, o mistério nos atinja “em cheio”. Isto é, não estar fora do mistério, mas estar bem ao lado de Jesus ao longo de sua via dolorosa, para com Ele ressuscitar.

Assim, procuramos estar com o Senhor em todos os lugares por onde passou: aclamado às portas de Jerusalém com palmas e ramos, estivemos nós ao seu lado, emparelhados com o jumentinho que o carrega. Na última ceia, sentamo-nos ao seu lado junto com os apóstolos e comemos e bebemos da riqueza do Sagrado Banquete Eucarístico, a nós oferecido pelo mesmo Senhor que diz: tomai todos, comei e bebei... No Horto das Oliveiras, partilhamos de sua angústia frente ao traidor e á turba de soldados que vem para aprisioná-lo e levá-lo à presença dos sacerdotes. Diante de Pilatos, sofremos com Ele a humilhação da injusta condenação, da sangrenta flagelação e da dolorosa coroação de espinhos.

Com Jesus, subimos ao alto do Gólgota e, colocando em prática o seu ensinamento que diz: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” (Mt 16,24), O acompanhamos, calcando passo por passo, queda por queda, carregando cada qual a sua própria cruz, suas dores, angústias, sofrimentos e debilidades até atingir o cume do monte onde experimentamos com o Senhor as dores de seu duríssimo suplício e choramos a sua morte redentora. Com José de Arimatéia, ajudamos a sepultar o Senhor e ali permanecemos à espera do cumprimento de sua promessa: “O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos homens. Matá-lo-ão, mas ao terceiro dia ressuscitará.” (Mt 17,21b). Com as piedosas mulheres, descemos ao sepulcro e cantamos o Aleluia ao encontrar o sepulcro vazio e constatar que o Senhor venceu a morte. Com Maria Madalena e com os apóstolos rejubilamos e cantamos a Glória de Jesus Cristo, Filho do Pai Eterno, ressuscitado dos mortos e que agora se apresenta a saudar-nos com sua paz!

Assim, vivendo o mistério de Cristo crucificado, morto e ressuscitado, podemos provar e comprovar que o Filho de Deus, ao vencer a morte uma vez por todas, nos proporciona a alegria de uma vida nova, vida santa, vida feliz, vida plena. A verdadeira alegria da Páscoa só pode experimentar quem morre com o Senhor, para com Ele ressuscitar.

Uma Feliz e Santa Páscoa a todos!

Pe. Anderson de Lima Alencar.

Administrador Paroquial da Paróquia São Gabriel Arcanjo – Recanto das Emas-DF

sábado, 19 de março de 2011

Segundo Domingo da Quaresma – Ano A - Homilia


Irmãos e irmãs caríssimos, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
A fé dos Cristãos é em um Deus pessoal, que se relaciona de maneira muito próxima com cada um de nós. Não é um Deus distante que fica lá, na glória, sem se importar conosco, como alguns costumam dizer. Nosso Deus nos conhece pessoalmente e faz história conosco. E um fato que nos prova isto: Deus nos conhece e nos chama pelo nome, como Abraão, escolhido para ser ponto de partida de uma longa história de amor entre Deus e seu povo escolhido (1ª leitura), ou como os apóstolos, Pedro, Tiago e João, escolhidos por Jesus para contemplar a sua transfiguração e ver com os próprios olhos a glória do Cristo ressuscitado.
Também a nós irmãos, “Deus nos salvou e nos chamou com uma vocação santa, não devido às nossas obras, mas em virtude de seu desígnio e graça.” (2Tm 1,9a). Não duvidemos irmãos, que o simples fato de estarmos aqui seja, não uma obra do acaso ou do mero costume, mas fruto de uma eleição. Fomos escolhidos "a dedo" por Deus para estarmos aqui e, como os apóstolos no Tabor, contemplar a sua glória e participar do mistério da Ressurreição de Cristo, antecipada na Transfiguração e tornada presente em cada Santa Missa. Fomos, irmãos, vocês e eu, escolhidos por Deus e eleitos para ouvir a Palavra do Senhor, participar do seu Mistério Pascal e anunciar aos outros nossos irmãos, que também foram eleitos, mas que não ouviram o Divino Chamado, para que também eles partilhem da maravilha de Deus que hoje presenciais.
É um grande sinal do amor e da Misericórdia de Deus, saber que fomos escolhidos, não por méritos ou qualidades, mas por pura bondade de Deus. Deus nos conhece e nos chama pelo nome para estarmos em sua companhia e a participar da sua vida. Somos felizes, irmãos, pois os nossos nomes estão gravados nas mãos e no coração de nosso Deus, pois ele sempre se lembra de nós. Não somos uma massa de desconhecidos, de números ou de meras estatísticas, mas somos, cada um de nós, verdadeiramente conhecidos de Deus, convidados a partilhar do seu amor e da sua amizade. Deus conhece a cada um de nós pelo nome e sabe perfeitamente a história de cada um: vitórias e derrotas, glórias e fracassos, alegrias e tristezas. E como não conheceria bem a cada um aquele que criou cada um. Deus nos ama e só se pode amar o que se conhece, logo, Deus nos conhece.
O sangue derramado por Cristo na cruz remiu e purificou aqueles a quem Deus escolheu desde toda a eternidade, como nos diz o Apóstolo Paulo: “nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos.  No seu amor nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua livre vontade,  para fazer resplandecer a sua maravilhosa graça, que nos foi concedida por ele no Bem-amado” (Ef 1, 4-6)
“E da nuvem uma voz dizia: ‘ Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo meu agrado, escutai-o’” (Mt 17, 5b). Busquemos, portanto, irmãos corresponder com alegria e prontidão a este chamado à vida em Deus, à vida cristã e à vida eterna. Não deixemos para amanhã a nossa entrega nas mãos de Deus que pode ser feita ainda hoje. Não deixemos a santidade para o amanhã, mas desejemos ser imitadores de Cristo ainda hoje. O tempo pode passar e o fim desta vida terrena nos surpreender. Digamos hoje o nosso sim ao Senhor Jesus Cristo, que “não só destruiu a morte, como também fez brilhar a vida e a imortalidade por meio do Evangelho” (2Tm 1, 10b).

sábado, 12 de março de 2011

1° Domingo da Quaresma - Ano A - Homilia


Caríssimos irmãos, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Este é o primeiro domingo deste tempo favorável da quaresma, tempo de conversão, tempo de romper as cadeias do pecado, que nos escravizam. O livro do Gênesis, no Capítulos 2,7-9 3 1-7, nos fala de como entrou o pecado no mundo, de como começou, segundo a visão do Antigo Testamento, a história do relacionamento entre o ser humano e seu maior algoz – ele mesmo e suas misérias, a história do relacionamento entre o homem e seus pecados. Vemos que o primeiro pecado da humanidade foi a desobediência a Deus, simbolizada pelo fato de comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do  mal (Gn  3,3). O pecado não foi conhecer o bem e o mal, mas o desejo do homem de ser juiz de si mesmo, determinando a si mesmo o que é o bem e o que é o mal. Com isso o homem recusou a Deus que o criou e quis ser deus de si mesmo. Enganados pelo astuto inimigo, o demônio, o tentador, acreditamos que nos pertencemos a nós mesmos e que somos capazes de determinarmos a nós o que é o melhor, desprezando a autoridade de nosso Deus Criador: o homem não quer obedecer a Deus, mas ser deus de si mesmo.
Isto o que acabei de descrever é uma das melhores definições para o pecado. Uma coisa que é importante termos diante de nossos olhos é que muitas vezes somos enganados pelo inimigo e seus arautos, o defensores da libertinagem e da devassidão, que nos tentam convencer de que não existe pecado (“não existe pecado ao Sul do Equador” como diz a famosa canção de Chico Buarque e Ruy Guerra) ou de que se trata de simples tabu, uma coisa apetecível, deliciosa, inofensiva, mas que os religiosos fundamentalistas, cegos pela sua crença irracional proíbem. Entretanto, a Igreja, profunda conhecedora do coração humano, guiada pelo ensinamento e pelo exemplo de seu divino fundador , não cessa de anunciar a salvação e, ao mesmo tempo, de denunciar que o pecado é a maior fonte dos males e das mazelas humanas. O pecado nos escraviza: “ Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo.” (Jo 8,34). E isso é algo para o qual não precisamos de argumentos ou provas racionais, pois experimentamos todos os dias em nós mesmos esta realidade: “Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero.” (Rm 7,19).
 Mas muitas vezes só conseguimos nos dar conta do fato quando as coisas já estão desmoronando e chegamos ao fundo do poço: é a bebida que acaba destruindo a minha família; a luxúria e a sensualidade que tornam superficiais os meus relacionamentos e que faz com que as outras pessoas sejam para mim apenas objeto de prazer, além é claro de levar minha vida por rumos e caminhos para os quais, muitas vezes, não há volta (gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis, relacionamentos doentios, crimes passionais, compulsões, abusos sexuais, etc.); a cobiça que me faz escravo do dinheiro e das aparências e me afastam de quem eu realmente sou; é a maldade, ambição e a sede de emoções perigosas que conduzem muitos de nossos jovens à criminalidade; é a maledicência que me faz causar graves danos à reputação de outras pessoas, etc.
Entretanto há uma boa notícia: “Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos.” (Rm 5,19). Cristo no deserto vence as tentações do inimigo, as tentações do ser, do poder e do ter, com a força da Palavra de Deus e nos mostra que é possível romper as cadeias do mal que nos aprisionam. Não há mal maior na vida humana que o pecado, mas este mal tem um remédio: a graça que nos une a Deus e nos ajuda a vencer; a misericórdia de Deus que nos envolve e que faz com que Deus nos trate com benevolência apesar de nossas ingratidões e o perdão que apaga nossas culpas e purifica os nossos corações e nossas almas de toda mancha. Ninguém, nesta vida, está perdido ou condenado, senão ao recusar a salvação hoje oferecida. Basta hoje, assumir este convite à conversão e deixar-se encontrar pelo Senhor que  nos diz: “Por minha vida - oráculo do Senhor Deus -, não me comprazo com a morte do pecador, mas antes com a sua conversão, de modo que tenha a vida. Convertei-vos! Afastai-vos do mau caminho que seguis; por que haveis de perecer, ó casa de Israel?  Filho do homem, dize a teus compatriotas: no dia em que o justo vier a pecar, a sua justiça não o salvará; do mesmo modo, a malícia do pecador não há de fazê-lo sucumbir, se ele, um dia, renunciar à sua perversidade. Não, o justo, desde que haja cometido delito, não poderá viver em virtude de sua justiça.” (Ez 33, 11-12).
 Eis que ninguém nasceu para a derrota, para a perdição, para o fracasso, para o inferno: a todos nós é feito o convite por Jesus Cristo a abraçar a salvação que nos é oferecida. Agora, Deus nos dá a liberdade para decidir o que queremos: continuar na minha vida de prazeres, seguindo nossos impulsos carnais, numa liberdade sem limites, fazendo tudo o que temos vontade e, no fim de nossa existência, afastar-nos eternamente de Deus, levados pela nossa maldade ao fogo eterno que nunca se apaga, ou, mesmo com nossas limitações e com nossas debilidades, abraçar a salvação, procurando sinceramente o perdão de Deus, fazendo o propósito de lutar contra o pecado, mudando a nossa forma de viver e pensar e buscando ser cada vez mais santos para que, quando chegar ao fim da nossa vida terrena, podermos partir deste mundo em paz, com a serenidade de saber que nos espera a vida eterna e a companhia de Deus , da Virgem Santíssima, dos Santos e dos Anjos. Façamos a nossa escolha: a escolha de Adão e de Eva, ou a escolha de Cristo no deserto -  desobedecermos a Deus ou permanecer ao seu lado, participando de sua vida e de sua Igreja. Façam sua escolha....
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.